Não há alegria

Acredito que Deus predetermina a morte. Um encontro que não podemos adiar. Temos pensado muito em Deus e na morte, ultimamente pesadelos tem apavorado nossa vida.

Por alguns momentos o que afugenta tais pensamentos, é minha querida filha, não desejamos morrer por causa dela, a dor seria grande demais, um golpe duro de suportar, pois, sei o que significa, somos órfãos de mãe.

Confessamos que gostaríamos de escrever sobre sonhos e aspirações, algo realmente grande, todavia não visualizamos nenhuma sombra de novidade ou ânimo para anelar pelo futuro.

Não há alegria por pertencer a qualquer grupo, não sei se a falta de amigos que possa conversar de igual para igual está nos levando a um sentimento de inutilidade, somos tranquilos, brandos, incapaz de ferir alguém, contudo, nossa qualidade maior é ser chato, nos falta sorriso. Sabemos que somos apenas tolerados. Acreditamos que deveríamos possuir um sentimento forte de união, mas parece que o coração inflou.

Na verdade, por vezes ficamos procurando motivos porquê da vida brilhar em mim, pois, não encontramos facilidade alguma para as lágrimas, o coração encontra-se fechado e pesado, nossa preferência maior tem sido pelo silêncio.

Não esperamos auxílio nenhum dos que vivem ao nosso redor, porque não conseguem ler os avisos que damos. Oramos por eles: Deus os ajude! Não os julgo, para muitos somos o exemplo de firmeza e rigidez, nas fotos estamos sempre sorrindo. Nunca vão enxergar como está fraca nossa fogueira. Preferimos nada a ninguém falar, para não ouvirmos a famosa pergunta: O que está acontecendo? Sei que de nada adianta mencionar nosso monstro medo, as noites que não dormimos inteiras, de quanto achamos tudo muito barulhento, do pânico dos apertos.

Nosso desejo póstumo é a felicidade integral de todos. Para nós, não há mais espaço para nada, só queríamos nos desculpar quantas vezes fossem necessárias por toda bondade que nos foi dispensada e caso venhamos causar alguma dor.