Quem somos?



Somos uma verdadeira farsa, escondemos o nosso real eu. Nossas demonstrações no dia a dia em sua totalidade são para agradar as pessoas ao redor. Verdadeiramente vivemos submetidos a opinião alheia. Seguindo o manual de relações públicas pregado nessa sociedade teatral. Enfrentamos uma corrida frenética por curtidas, para estar na moda, dentro das tendências, comprar e elogiar o que a mídia dita como bonito, louvável, e digno de elogios. Com os flashes voltados para o brilho, glamour, ostentação, não podendo faltar a maquiagem que esconde o que diz o coração. Nítida é a falta de luz própria, com um comportamento que segue a sina, maria vai com as outras. Somos subjugados a valorizar o exterior, em detrimento do interior, a não marcar posicionamento, mas seguir o passo da boiada.
Na verdade, o que de fato acontece é que simplesmente vendemos uma imagem, que mal conhecemos, uma figura abstrata, fruto da propaganda em massa, uma fantasia que por vezes revela-se nosso alter-ego. Ocorre que por redundância, confundimos quem somos, com a imagem vendida. Na multiplicidade de identidades, vivemos de forma ambígua e evasiva.
Enxergamos que há uma pessoa voltada para o interior que sente medo, tristeza, teme falhar, insegura, vive seus sofrimentos de forma solitária, com segredos, sem amigos de confiança, calada, mas com vontade de gritar, comer e vestir o que quer, mas que não é permitido, cabendo-lhe apenas reproduzir os padrões sociais. No que se refere ao convívio social atuamos no limite da interatividade, proativos em algumas coisas, vivemos lampejos de bons momentos, nos esforçamos para manter os poucos relacionamentos, dizemos a todos que estamos bem. Neste contexto, conta-se nos dedos as poucas pessoas próximas, de estimação, e as muitas a meia distância, que mantemos contato superficial. Por fim, na era digital, nos divulgamos neste mundo virtual, só com sorrisos, texto inteligível de legenda, fotografias com os mais diversos filtros, pois, o que importa é a aparência, um mundo sem imperfeições das redes sociais. Crise de identidade, essa é a realidade de vidas paralelas dentro de uma única pessoa.

Joaquim Queiroz

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