Tensões modernas
Não nos damos conta que muitos dos conflitos que vivemos somos os causadores. Não temos à percepção suficiente das consequências, para onde nos levará e desembocará nossas decisões diárias. Possuímos limites, porém, não transbordando e nem nos afogando, vamos conduzindo a vida de acordo com a correnteza.
Os dias vão passando e não percebemos o quanto estamos perdendo, entretidos com o digital, voltados para fora, presos no mundo superficial, desliza-se entre os dedos na tela um humor solitário. Estamos produzindo uma juventude impaciente e incompreensiva. Onde não há espaço suficiente para o próximo, o egoísmo reina em total indiferença, sentimos empatia com os animais, mas fingimos não ver o irmão doente, não há fé nas pessoas.
Na sociedade enxergamos um cansaço generalizado, as promessas de melhoria soam vazias, totalmente inconfiáveis. Parece que todos os sonhos foram transformados em frustrantes pesadelos. Diante deste cenário tão desolador, a sociedade tem tomado poucas medidas, estática assisti o cenário desanimador. Aqui acolá algumas alternativas excelentes surgem, mas constituem-se em bolsões de excelência. Nunca estivemos tão divididos, há um distanciamento execrado, podemos chamar de segregacionismo moderno, homens, mulheres, correntes políticas, minorias, um verdadeiro fatiamento social.
Estamos vivendo dias nublados, a ética inoperante, um ódio irracional, a inação do poder público, some isso a conjunção de fatores sociais, o que sai desse caldeirão é um verdadeiro veneno social.
Precisamos dar início a um período de transição, modernidade sem perca dos princípios., encarar com positivismo a dura realidade, começando a abraçar primeiro a família, depois a rua, não podemos restringir o papel familiar a laços de convivência, ou apenas a um conjunto de pessoas, mas como a verdadeira agência de transformação social.
No seio familiar são estabelecidas as primeiras relações de convívio e onde os sentidos em todas as suas extensões atuam de forma recíproca. Procurar viver de modo mútuo o lado bom da vida, amizades reais, fechar os olhos, falar com Deus, valorizar o tato, a diferença que faz o toque, não perder a sensação provocada no cérebro quando acionado o olfato. Definir a educação como prioridade, não a encarando como uma simples caixa de saberes, mas de valores. O resgate do bom, do útil e daquilo que nos une deve ser feito, senão viveremos de contínuo em tensões sociais.
Joaquim Queiroz
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