Cosmologia - conceito babilônico do universo
O conceito
babilônico (ou seja, mesopotamiana) do universo é também parecido com o
hebraico e o egípcio em seus termos estruturais, mesmo que apresenta outro
formato que centraliza a montanha da terra. Esta montanha era muito importante
para os
babilônicos,
refletindo a idéia de que no seu ápice era a morada de seus deuses. O épico
Enuma Elish45
amplia
a perspectiva narrativa e histórica do conceito babilônico em termos de como o mundo
chegou a ser formado.
Este épico
enfatiza mais o relacionamento com a perspectiva do panteão de deuses egípcios,
pois ele relata que alguns deuses são mortos e partes do cosmo formadas de seus
corpos. O mesmo relato diverge do egípcio em que os deuses usados para essa
“construção” já
não existem, pois usou-se seus cadáveres na estrutura física do mundo.
A estrutura
física resultante desta cosmologia, porém, apresenta-se bem semelhantemente à
hebraica. Tem-se também uma reflexão da perspectiva cosmológica do Apóstolo
Paulo, ao mencionar um homem que foi levado até “o terceiro céu”46. Esta citação
reflete sua visão estrutural do universo. O quadro acima ilustra a cosmologia
babilônica47. Nota-se que a
perspectiva á da terra ser uma espécie de ilha,
com água na
volta por todos os lados. Tal era o conceito geral dos hebreus e seus povos
vizinhos48. Um detalhe
faltando no quadro é o túnel por debaixo da superfície da terra pelo qual o sol
passava cada noite para chegar de novo a seu lugar de nascer49.
Nota-se nos
relatos babilônicos uma série de conflitos, lutas e intrigas. Estas sucedem
tanto entre os seus próprios deuses, como também entre os deuses e o caos do
universo quando da criação do mundo habitado pelos homens. Desde a perspectiva
babilônica, “a criação é realmente nada mais que a vitória sobre os poderes
caóticos que ameaçam a vida dos deuses e das pessoas”50. Os deuses até
conseguem vitória sobre o caos do universo, mas não há uma certeza de vitória
entre si, já que existe entre eles uma disposição a intrigas. Também as suas
narrativas referentes ao dilúvio revelam este mesmo caráter de incerteza,
desconfiança, capricho e intriga.
Na cosmologia
babilônica pensava-se que a criação do mundo era o resultado da junção dos oceanos
de água salgada e de água fresca na pessoa dos deuses, Tiamat e Apsu. Estes nomes
servem de igual para designar os oceanos referentes51. Era na junção
ou união destes deuses que a terra seca se formou52. O formato do mundo, portanto
era concebido de modo essencialmente igual, trocando o estilo e especificidade
da atuação e identificação dos personagens divinos associados à criação.
42 Êxodo 7-12, incluindo a morte do herdeiro de
Faraó, que também se considerava um deus ou representante divino.
43 Enuma Elish é um poema babilônico, retratando
a criação do mundo a partir da perspectiva babilônica de um panteão (veja
HEIDEL, 1-
60).
44 Refere-se o quadro: “Conceito Egípcio do
Universo” – WEST, 82.
45 HEIDEL, 78-79.
46 2ª Coríntios 12.2.
47 Segue-se o quadro: “Conceito Babilônico do
Universo” – WEST, 83.
STBRS –
Teodicéia, Demonologia, Hamartiologia, e Antropologia Pr. Chrístopher B. Harbin
Doutrina de
Deus.doc Imp: 2001-12-05 © 2001 por Chrístopher B. Harbin Todos os direitos
reservados. p.10 de 23
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