Você não é um João-ninguém
Ainda não fomos muito longe, mas já é hora de um
questionário. Arranque do banco da sua memória uma folha de papel de rascunho e
veja como você se sai nas seguintes perguntas:
1.
Quem ensinou a Martinho Lutero sua teologia e inspirou sua tradução do
Novo Testamento?
2.
Quem visitou a Dwight L. Moody numa loja de calçados e falou-lhe a
respeito de Deus?
3. Quem trabalhou ao lado de Harry
Ironside e o incentivou como seu pastor auxiliar?
4.
Quem era a esposa de Charles Haddon Spurgeon?
5.
Quem era a mulher idosa que orou fielmente a favor de Billy Graham por
mais de vinte anos?
6. Quem financiou o ministério de William
Carey na índia?
7. Quem revigorou o apóstolo Paulo naquela
masmorra romana enquanto ele escrevia sua carta a Timóteo?
8.
Quem ajudou Charles Wesley a pôr-se a caminho como compositor de hinos?
9. Quem encontrou os Pergaminhos do Mar
Morto?
10.
Quem pessoalmente ensinou a G. Campbell Morgan, o "expositor
incomparável", suas técnicas no púlpito?
11. Quem sucedeu a Hudson Taylor e deu à
Missão da China Continental sua notável visão e direção?
12. Quem disciplinou George Müller e arrebatou-o
de seu estilo de vida pecaminosa quando jovem?
13. Quem foram os pais do piedoso e
dotado profeta Daniel?
Muito bem, como é que você se saiu? Mais
de 50 por cento? Talvez 25 por cento? Não chegou a tanto?
Antes que você se desculpe por sua incapacidade
de responder às perguntas chamando o questionário de "insignificante",
melhor é parar e pensar. Não fora por aquelas pessoas desconhecidas — aqueles
"joões-ninguém" — uma enorme parcela da história da igreja estaria
faltando. E vidas e mais vidas não teriam sido tocadas.
Joões-ninguém.
Que necessário bando de homens e de
mulheres . . . servos do Rei. . . não obstante sem nome no reino! Homens e
mulheres que, com heroísmo silencioso, mas com fiel diligência, desistiram da
luz da ribalta e viveram à sombra de figuras públicas.
Como é que Jim Elliot, o martirizado mensageiro
do evangelho aos Aucas, definia os missionários? Algo como um bando de
joões-ninguém tentando exaltar Alguém.
Mas não confundamos anônimos com desnecessários.
Do contrário, todo o Corpo fica aleijado . . . paralisado mesmo . . . ou,
na melhor das hipóteses, terrivelmente aturdido à medida que a maioria dos
membros que estão no Corpo se tornam enfermos com auto-compaixão e desânimo.
Enfrente isto, amigo: o Cabeça do Corpo, atira como quer. É prerrogativa dele
dar publicidade a alguns e ocultar outros. Não me pergunte por que ele escolhe
aqueles a quem ele usa.
Se ele deseja usá-lo como um Melanchthon
e não como um Martinho Lutero ... ou um Kimball em vez de um Moody ... ou um
Onesíforo em vez de um Paulo ... ou um Hoste em vez de um Taylor, aceite!
Melhor do que isso, dê louvor a Deus!
Você está entre aquele grupo de elite mencionado em 1 Coríntios 12 como:
... e alguns dos membros
que parecem ser os mais fracos e menos importantes são, na realidade, os mais
necessários .. . Assim, Deus armou o corpo de maneira tal que se dão um cuidado
e uma honra especiais àqueles membros que, de outro modo, poderiam parecer
menos importantes (vv. 22, 24, BV).
Se não fossem os heróicos
"joões-ninguém", não teríamos oficiais de primeira categoria para
dar a uma igreja sua liderança. Ou o som de qualidade quando todos se apresentam
para adorar. Ou os zeladores que fazem a limpeza depois que todos se
retiraram. Ou as comissões que proporcionam dezenas de serviços nos bastidores.
Ou os voluntários de missão que fornecem pessoal aos escritórios no país ou
trabalham na obscuridade além-mar apenas com um punhado de pessoas. Pensando
bem, se não fosse por esses fiéis "joões-ninguém", você não teria
este livro em suas mãos neste preciso momento.
Joões-ninguém . . . exaltando Alguém.
É você um deles? Ouça-me! São os
"joões ninguém" que Alguém escolhe com tanto cuidado. E quando ele
escolheu você para desempenhar esse papel, ele não o considerou um
joão-ninguém.
Anime-se!
Charles R. Swindoll, Livro Dê-me Ânimo, pg 14, 1999, SP
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