TRÊS PRINCÍPIOS DO PROTESTANTISMO - Parte 01
"Estamos
comemorando neste mês, outubro, mais um aniversário deste marco histórico do
qual somos fruto.
Precisamos,
então, estar conscientes daquilo que foi e que deve ser uma Igreja Reformada.
Quais suas doutrinas, suas práticas, sua
forma de culto, etc... Que Deus nos dê graça, a fim de que possamos redescobrir
o verdadeiro significado e necessidade
de um movimento de REFORMA na Igreja em nossos dias"
A
fé protestante se originou em um tempo de escândalo quando Zohann Tetzel, um
monge dominicano apareceu na Alemanha e foi por todos os lugares vendendo
certificados de indulgências. Era outono de 1517 quando o escândalo começou.
Tetzel prometeu aos seus ouvintes que eles poderiam obter a remissão dos
pecados das pessoas queridas que já haviam morrido e ido para o purgatório.
Consequentemente, pessoas piedosas juntaram seus bens e correram para Tetzel
para comprar estes documentos, pois isto parecia ser o requisito de caridade
cristã - para que os entes queridos fossem libertos dos tormentos do purgatório
e tivessem a entrada no céu assegurada. De fato, Tetzel levou pessoas a crerem
que podiam obter o perdão meramente ao colocarem suas moedas no seu cofre-caixa
e levando em troca os certificados oferecidos por ele. Para tornas sua campanha
mais popular, Tetzel recitava o seguinte jingle: "Assim que a moeda no
cofre tilintar, a alma do purgatório irá saltar". As pessoas pareciam vir
de todos os lugares, procurando libertar seus queridos das chamas da punição. O
purgatório, no ensino da igreja medieval, era retratado como um lugar de
punição temporal pelos pecados; O tempo que a pessoa deveria passar lá seria
determinado pelo número e gravidade das ofensas. Quando uma pessoa havia sido
completamente purgada, ela estaria liberada para ir para o céu.
Informações
a respeito das atividades de Tetzel logo chegaram à Universidade de Winttemberg
onde o Doutor Martin Luther (Martinho Lutero) Professor de Teologia, as recebeu
com consternação. Ao invés de reagir com uma esperança feliz que caracterizava
a reação das pessoas que estavam comprando os documentos de Tetzel, Lutero
ficou enfurecido. Ele falou vigorosamente contra estas atividades e denunciava
todo negócio como um escândalo de imensas proporções e defendia que a igreja
tinha que ser salva deste terrível tráfico de indulgências. Lutero foi para
frente da porta da igreja do castelo de Wittemberg, com um documento em uma
mão, um martelo na outra e afixou na porta uma lista com noventa e cinco
protestos contra a venda das indulgências. Ele também disse ao povo que estava
sobre os seus cuidados que eles haviam sido cruelmente enganados. Os
certificados de indulgências não prometiam a remissão de pecados e não podia
garantir a salvação deles ou dos seus parentes mortos. O povo humilde alemão e
a população comum das cidades não sabiam ler latim e os certificados estavam
impressos em latim. Tetzel havia apostado na ignorância do povo quando os
incentivava a acreditar que haviam obtido benefícios que não sequer escritos
nos tais documentos.
De
acordo com os ensinamentos da igreja católica, a igreja tem a custódia dos
Tesouros dos Méritos que são adquiridos pelos grandes santos que haviam
excedido as boas obras necessárias para sua salvação.
Este
excesso de méritos se tornava uma fonte da qual a igreja poderiam distribuir
méritos aos que estavam deficientes, e a indulgência se tornou o meio pelo qual
os pecadores necessitados poderiam obter méritos desta tesouraria. Nos anos
entre 1460-1470, o Papa Sixtus IV declarou que os benefícios obtidos através
das indulgências poderiam ser transferidos para os crentes que há haviam ido
para o purgatório.
Lutero,
inflamado de indignação, desafiou a venda de indulgências e exigiu que toda
esta questão fosse discutida pelos estudiosos da Universidade. Ele convidou
alguns colegas acadêmicos para um debate público a respeito das 95 teses ou
objeções, que ele havia escrito sobre a venda de indulgências. Lutero assim
iniciou um protesto que atraiu muitos seguidores, e logo, os que se uniram ao
protesto ficaram conhecidos como os "Protestantes".
A
palavra "Protestante", de acordo com a definição do dicionário, é
"um membro de algumas igrejas cristãs que terminaram se separando da
igreja católico romana desde o século XVI: Batistas, Presbiterianos, Metodistas
e muitos outros"; ou "uma pessoa que protesta".
Foi no dia 31 de outubro de 1517 quando Martinho
Lutero afixou os seus protestos na porta da igreja do castelo. Ele protestava
contra os abusos e as corrupções ligadas a venda de indulgências e denunciava o
ensino de que o perdão dos pecados poderia ser obtido através de
"contrição, confissão e contribuição".
Nesta época a igreja ensinava que o perdão dos
pecados vinha através do sacramento da penitência quando o padre, representando
Jesus Cristo, absolvia o pecador que confessava seus pecados, expressava
arrependimento e contrição e dava uma contribuição à igreja, como penitência.
Lutero falou com coragem contra as indulgências e a crença de que o perdão
seria realizado através delas ou de contrição, confirmação e contribuição. A
tese de número 32 das 95 escritas por Lutero diz o seguinte: "Aqueles que
creem que podem garantir a salvação por terem cartas de indulgências serão
condenados eternamente juntamente com seus professores". Através deste
gesto dramático, Lutero começou uma tentativa de reformar a igreja, de trazê-la
de volta às origens bíblicas e à salvação ensinadas nas Escrituras, para
restaurar a pureza da fé do Novo Testamento. Ele, é claro, não tinha a intenção
de se tornar o fundador de uma igreja separada protestante. De fato, Lutero,
naquele ponto, acreditava que o papa ficaria agradecido por um dos seus monges
ter tido a coragem de se levantar para defender a igreja contra este abuso
escandaloso. Lutero não sabia que esta corrupção já havia permeado a cúpula em
Roma. Nem tão pouco que o para Leão X e Albrecht, o arcebispo de Mainz, haviam
organizado a venda de indulgências e apontado Tetzel como seu representante. Ao
contrário de gratidão, Leão X estava totalmente enfurecido com as ações de Lutero.
O protesto de Lutero não era de todo negativo, e a
palavra "protestante" realmente não é um termo pejorativo. A palavra
é derivada do latim, da preposição PRO, que significa "para", e o
infinito TESTARE, "testemunho". Um protestante, então, é um que
testemunha - um protestante é uma testemunha de Jesus Cristo e da Palavra de
Deus. O protestantismo, então, não é meramente o protesto contra a corrupção
eclesiástica e o falso ensinamento; é o reavivamento, o renascer da fé bíblica,
um renascer do cristianismo do Novo Testamento, com uma ênfase positiva sobre
as doutrinas das Escrituras, Graça e Fé. Dito no belo latim do século XVI, o
Protestantismo proclama SOLA SCRIPTURA, SOLA GRATIA, SOLA FIDE.
Autor: Pr. James E.
McGoldrick
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