Deus é soberano absoluto do seu universo - Parte 1
O título acima expressa
um dos ensinamentos mais relevantes das Escrituras para o tema desse ensaio. Um
soberano é alguém que está revestido
da autoridade suprema, que governa com absoluto poderio, que exerce um poder
supremo sem restrição nem neutralização. Quando dizemos que Deus é soberano, significa que ele tem
poder ilimitado para fazer o que quiser com o mundo e as criaturas que criou, e
que nenhuma delas pode, ao final, frustrar seus planos. Podemos fazer algumas
afirmações quanto a essa doutrina.
A soberania absoluta de Deus sobre sua criação percebe-se
claramente nas Escrituras. No Pentateuco Deus
revela-se como o Criador do mundo visível e invisível, e da raça humana. Ele é
o Libertador dos seus e o Legislador que soberanamente passa leis que refletem
sua santidade e exigem obediência plena de suas criaturas. Ele exerce total
controle sobre a natureza que criou, intervindo em suas leis naturais,
suspendendo-as (milagres). Assim, em contraste com os deuses das nações, ele é
o supremo soberano do universo, acima de todos os deuses, que os julga e
castiga, bem como aos que os adoram. Nos livros Históricos, lemos como Deus cumpre soberanamente suas promessas
feitas a Abraão de dar uma terra aos seus descendentes, introduzindo-os e
estabelecendo-os em Canaã, e ali mantendo-os até que os expulsasse por causa da
desobediência deles. Os Salmos e os Profetas celebram a soberania de Deus
sobre sua criação e sobre seu povo. É ele quem reina acima das nações e de seus
deuses falsos, quem controla o curso desse mundo. Nele seu povo sempre pode
confiar e depender.
O mesmo reconhecimento
encontramos nas Escrituras do Novo Testamento. Na plenitude dos tempos Deus
envia soberanamente seu filho, e dá testemunho dele através de milagres
poderosos, ressuscitando-o de entre os mortos. Esses eventos, bem como os que
se seguiram na vida dos apóstolos e da Igreja nascente, ocorreram como o cumprimento da vontade de Deus. Esse
ponto vemos claramente nos Evangelhos e no livro de Atos: a morte e a
ressurreição de Jesus (At 2.23), bem como a oposição contra a Igreja (At
4.27-29) são simplesmente o cumprimento da soberana vontade divina, acontecendo
como cumprimento das Escrituras. Para
os apóstolos, "as profecias feitas no Antigo Testamento governavam o
decurso da história da Igreja"(4). Assim, o derramamento do Espírito
(2.17-21), a missão aos gentios (13.47), a entrada dos gentios na Igreja
(15.16-18), a rejeição de Cristo por parte dos judeus (28.25-27) – todos esses
eventos e outros mais são vistos pelos autores do Novo Testamento como atos
redentores de Deus na história. No livro de Atos encontramos claramente o conceito
de que a vida da Igreja foi dirigida por
Deus. A cada etapa do progresso missionários, Deus intervém para guiá-la,
através da atuação do Espírito (At 13.2; 15.28; 16.16), anjos (At 5.19-20;
8.26; 27.23), profetas (At 11.28; 20.11-12), e às vezes o próprio Senhor (At
18.9; 23.11). A presença dos sinais e prodígios realizados em nome de Jesus
através dos apóstolos e de pessoas associadas aos apóstolos (At 3.16; 14.3;
19.11) atestava que era o próprio Deus que levava avante a história da Igreja
(15.4).
(A.D)
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