Sebastianismo (Brasil Colônia)


O jovem rei Dom Sebastião foi desde seu nascimento a única esperança portuguesa de restauração da antiga glória. Era intitulado “Desejado”, por ter nascido após um tempo em que o futuro do reino estava incerto devido à ausência de descendentes. O reino vivia um momento de decadência, com ascensão de outras potências no cenário europeu. A retomada, esperava-se, seria com o rei menino. Dom Sebastião, enquanto viveu, pouco fez para despertar entusiasmo popular. Pouco ligado às mudanças que a Europa passava, que já anunciavam a Idade Moderna, Dom Sebastião vivia ainda na Idade Média viveu a vida inteira em castidade, negando-se a dar novos herdeiros para Portugal.
O Sebastianismo, doutrina salvacionista definida pela espera do messias, de uma espécie de pai da pátria que vem redimir o país e o povo de uma situação desfavorável, é uma crença enraizada no imaginário do povo português desde pouco depois do desaparecimento do rei Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir (1578).
Em muito a literatura portuguesa influenciou para a divulgação do mito do sebastianismo, fazendo do messianismo uma espécie de messianismo, tornando Dom Sebastião como símbolo de patriotismo, o que muitos governantes portugueses aproveitaram para exaltar os valores nacionalistas. O movimento de Portugal também chegou por aqui e trouxe importante influência para o messianismo no Brasil. Vários escritores brasileiros escreveram sobre estes movimentos ou manifestações messiânicas: Euclides da Cunha, Plínio Salgado, Luiz da Câmara Cascudo. Registraram os episódios de Pedra Bonita e de Canudos, ocorridos no Nordeste do Brasil, há também as semelhanças entre o messianismo da doutrina divulgada por Plínio Salgado (1895-1975), e o Sebastianismo português.
Dom Sebastião em si tomou atitudes não muitas corretas para um monarca, teve um curto período no poder, não deixou herdeiros, empreendeu uma guerra sem ter exército e habilidade suficiente para vencê-la, estava mais revestido por razões mais religiosas do que política, morreu sem deixar vestígio de seu próprio corpo, foi um rei mítico cujo império também se constituiu mítico.

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